Por Fabio Aires da Cunha
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O futebol brasileiro caminha a passos largos para a falência técnica e tática.
Cada ano que passa, constata-se que a distância do futebol apresentado pela Seleção Brasileira diminui em relação aos demais países.
Não estou aqui criticando o atual técnico da Seleção, ou os do passado, a crítica é para o futebol brasileiro em geral.
Essa história de que não tem mais bobo no futebol é uma grande besteira. O mundo evoluiu, carroças viraram carros, ábacos viraram computadores e, por aí vai. O futebol evoluiu no mundo e no Brasil regrediu.
Enquanto todos procuram conhecimento, novas metodologias e tecnologias, trocar informações, melhora no treinamento, no Brasil acontece o contrário. Poucos acham que devem aprender, poucos procuram novos conhecimentos, poucos se dedicam a empregar novas tecnologias, enfim, o futebol brasileiro parou no tempo.
Os profissionais do futebol, de um modo geral, não acordaram para a terrível crise técnica que vivemos e, se nada for alterado, em alguns anos ou poucas décadas o futebol brasileiro vai FALIR no aspecto técnico.
Precisamos fazer mudanças drásticas na formação de base do futebol brasileiro. Precisamos fazer mudanças drásticas em como os clubes se relacionam com os atletas. Precisamos fazer mudanças drásticas no treinamento tático e no uso das estratégias de jogo.
Deve-se acabar com a arrogância que temos em relação a nossa qualidade, que sabemos tudo e não temos nada a aprender.
Não se revela mais, bons jogadores em quantidade há muitos anos, pois além do treinamento oferecido nas equipes de base ser inadequado, muitos clubes e técnicos acham que vencer torneio de base é mais importante que formar, com isso foca-se apenas em garotos fortes e grandes e deixa-se de lado a capacidade técnica.
Muitos alegam que a pressão para vencer é grande, isso com certeza acontece e é um grave erro, mas existe uma baixa qualidade dos técnicos que atuam com os jovens atletas. Encontram-se técnicos que ofendem os atletas, que apenas cobram e não orientam, que não fazem treinos adequados para cada faixa etária, que abusam do poder etc.
Por isso, recomendo que os técnicos se reciclem, e os clubes incentivem e até exijam que seus profissionais se atualizem constantemente. Outra coisa, os clubes devem contratar profissionais que sejam qualificados, que possuam conhecimento específico além da experiência prática e não contratar por ser amigo desse ou daquele.
Além disso, a mentalidade retrógrada onde achamos que somos os maiorais, onde só temos a ensinar, deve acabar e ser substituída por uma mentalidade moderna, focada na evolução, na busca por conhecimento, na troca de informações e conceitos.
Portanto, ou se muda o futebol brasileiro radicalmente, ou em pouco tempo faremos parte do segundo escalão do futebol mundial.
As mudanças devem ocorrer, na gestão, nos profissionais de comissão técnica, na formação dos técnicos, na filosofia de trabalho, na metodologia de treinamento, na infraestrutura, na mentalidade das pessoas e nos objetivos finais dos clubes.
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