ANÁLISE DOS GOLS MARCADOS NA COPA DO MUNDO DE 2006

Por Fabio Aires da Cunha

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A 18a Copa do Mundo de futebol teve uma das menores médias de gols de todos os mundiais. Foram marcados no total 147 gols em 64 jogos, isso da uma média de 2,30 gols por jogo.

Este estudo tem como objetivo analisar de que forma foram feitos os gols e, em que, minuto. Procura-se observar se existe um padrão ou uma tendência na forma como são marcados os gols num torneio internacional de extrema importância como a Copa do Mundo.

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Dados coletados

Tabela 1: Fundamento que originou o gol (chute, cabeceio ou gol contra)

Tipo

Qtde. Gols

%
Chute 115 78,23
Contra 5 3,40
Cabeça 27 18,37
TOTAL 147 100

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Tabela 2: Parte do corpo e localização do campo em que saiu o gol.

Detalhe

Qtde. Gols

%
Cabeceio dentro da grande área 17 11,56
Cabeceio dentro da pequena área 10 6,80
Cabeceio fora da área 0 0
Chute pé direito dentro grande da área 49 33,33
Chute pé direito dentro pequena da área 18 12,24
Chute pé direito fora da área 18 12,24
Chute pé esquerdo dentro grande da área 16 10,88
Chute pé esquerdo dentro pequena da área 6 4,08
Chute pé esquerdo fora da área 8 5,44
Gol contra pé grande área 2 1,36
Gol contra pé pequena área 0 0
Gol contra cabeça pequena área 1 0,68
Gol contra cabeça grande área 2 1,36
TOTAL 147 100

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Tabela 3: Origem da jogada que resultou no gol.

Origem

          Qtde. Gols

%
Cobrança de falta 15 10,20
Cruzamento da direita 14 9,52
Cruzamento da esquerda 3 2,04
Escanteio 14 9,52
Jogada individual 21 14,29
Rebote do goleiro 5 3,40
Passe pé dentro da área 15 10,20
Passe pé fora da área 28 19,05
Rebote da defesa 4 2,72
Arremesso lateral 3 2,04
Cobrança de falta direta 6 4,08
Pênalti 13 8,84
Passe cabeça fora da área 1 0,68
Passe cabeça dentro da área 4 2,72
Rebote da trave 1 0,68
TOTAL 147 100

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Tabela 4: Contra-ataque

Contra-ataque
          Qtde. Gols
%
Sim – 1a fase 8 5,44
Sim – 2a fase 4 2,72
Não – 1a fase 109 74,15
Não – 2a fase 26 17,69
TOTAL 147 100

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Tabela 5: Divisão dos gols por tempo.

Tempo
          Qtde. Gols
%
Primeiro tempo – 1a fase 57 38,78
Primeiro tempo – 2a fase 13 8,84
Segundo tempo – 1a fase 60 40,82
Segundo tempo – 2a fase 14 9,52
Primeiro tempo – Prorrogação 1 0,68
Segundo tempo – Prorrogação 2 1,36
TOTAL 147 100

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Tabela 6: Divisão dos gols por minutos.

Tempo 1′ – 5′ 6′ – 10′ 11′ – 15′ 16′ -20′ 21′ – 25′ 26′ – 30′ 31′ – 35′ 36′ – 40′ 41′ – 45′ tempo extra soma
1 11 9 2 6 11 8 8 7 5 2 69
2 5 4 12 3 3 5 11 15 11 6 75
TOTAL 16 13 14 9 14 13 19 22 16 8 144
% 11,11 9,03 9,72 6,25 9,72 9,03 13,19 15,28 11,11 5,56 100
1° Pror. 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
2° Pror. 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 2

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Discussão dos dados

Analisando a tabela 3, encontramos dados importantes. Por exemplo, 35% dos gols são originados de bolas paradas (escanteio, arremesso lateral e cobrança de falta), ou seja, mais de 1/3 dos gols saiu em jogadas ensaiadas.

De acordo com a tabela 5, a divisão dos gols por tempo é equilibrada. 47,62% são feitos no primeiro tempo, 50,34% são feitos no segundo tempo e 2,04% são feitos na prorrogação.

Pela tabela 4, observamos que a quantidade de gols que foram originados de contra-ataque acabou sendo abaixo do esperado, somente 8,16%.

Na tabela 6, se dividirmos os tempos em três grupos (1’-15’; 16’-30’ e 31’-45’ e acréscimos), observaremos que 45,14% dos gols saem nos últimos 15 minutos mais os acréscimos. Esse dado pode ser considerado relevante para o condicionamento físico. Normalmente, nesse período o desgaste das equipes é evidente, com isso a falta de atenção, diminuição da concentração possibilita um aumento do número de gols. Podemos destacar também, que muitas equipes fazem substituições nos últimos minutos, isso é outro dado que possibilitaria o aumento de gols, pois são jogadores descansados contra atletas cansados mental e fisicamente.

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Conclusão

É inadmissível no futebol competitivo que os técnicos não treinem jogadas ensaiadas para cobranças de falta frontais e laterais, arremessos laterais e escanteios, se mais de um 1/3 dos gols são originados dessas jogadas.

A grande preocupação com a defesa pode ser uma explicação do baixo número de gols originados de contra-ataques, somente 8,16%.

Nenhum sistema novo, nenhum craque surgiu nessa Copa, foi a Copa da vontade e da determinação. Talvez a grande preocupação com sistemas defensivos, em não dar espaço ao adversário, fez com que a maioria das seleções não se preocupasse tanto em marcar gols e sim em não sofrê-los, por isso a baixa média de gols no mundial.

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